Joana D'Arc é exemplo de santidade na política, destaca Bento XVI

Ao dedicar a Catequese desta quarta-feira, 26, a Joana D’Arc, o Papa Bento XVI destacou seu “belo exemplo de santidade para os leigos empenhados na vida política, sobretudo nas situações de maior dificuldade”.

Catarina de Siena, patrona da Europa, e Joana D’Arc são as figuras mais características daquelas “mulheres fortes” que, no fim da Idade Média, levaram sem medo a grande luz do Evangelho nos momentos complexos da história. Salientando a força das mulheres, o Santo Padre recordou também o exemplo da Virgem Maria e Maria Madalena. “Podemos escutar as santas mulheres que permaneceram no Calvário, próximas a Jesus crucificado e a Maria, Sua mãe, enquanto os apóstolos fugiram e o próprio Pedro negou Jesus três vezes.

Joana D’Arc nasce num período conturbado na Igreja e na França, em 1412, quando existia um Papa e dois anti-papa. Junto com este cisma na Igreja, contínuas guerras aconteciam entre as nações cristãs da Europa. A mais dramática foi a "Guerra dos Cem Anos", entre França e Inglaterra. “A compaixão e o empenho da jovem camponesa francesa diante do sofrimento do seu povo tornou mais intenso o seu relacionamento místico com Deus”, explica Bento XVI.



O Pontífice recorda que um dos aspectos mais originais da santidade desta jovem é justamente esta ligação entre a experiência mística e a missão política. “Depois dos anos de vida oculta e crescimento interior, seguem dois anos, curtos, mas intensos, de sua vida pública: um ano de ação e um ano de paixão”, conta.



Depois de Joana D’Arc passar por alguns exames realizados por teólogos, o futuro Rei da França, Carlos VII, se rende aos seus conselhos. A sua proposta é de verdadeira paz com justiça entre os povos cristãos, à luz dos nomes de Jesus e Maria, mas esta proposta foi rejeitada e Joana se engaja na luta pela libertação da cidade em 8 de maio 1429.

“Joana vive com os soldados, levando a eles uma verdadeira missão de evangelização. Muitos testemunham sua bondade, sua coragem e sua extraordinária pureza. É chamado por todos, como ela mesma se definia, ‘la pulzella’, a virgem”, conta o Papa.

Mas em 1430, ela é presa por seus inimigos, que a levaram a um processo eclesial. Ela é acusada e julgada até ser condenada como herege e levada à morte na fogueira. Segundo o Papa, este juízes são teólogos sem caridade e humildade que não viram nesta jovem a ação de Deus. “Os juízes de Joana radicalmente incapazes de compreender, de ver a beleza de sua alma, não sabiam que condenavam uma santa”.

Na manhã do dia 30 de maio, recebe pela última vez a Comunhão na prisão e, em seguida, é conduzida à praça do velho mercado. Pede a um dos sacerdotes de ter diante de si uma cruz de procissão e, assim, morre “olhando Jesus Crucificado e pronuncia mais vezes e em alta voz o Nome de Jesus”.

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